segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Se tu visses o que eu vi...

Inspirados em poemas de António Mota e de Luísa Ducla Soares, escrevemos estas quadras, que apresentámos na festa de Natal da escola.

Se tu visses o que eu vi

numa ilha dos Açores:

um vulcão a deitar tinta,

tinta de todas as cores.



Se tu visses o que eu vi

na cidade de Lisboa:

estava o Marquês de Pombal

a comer uma meloa.

Se tu visses o que eu vi

perto de Famalicão:

um rato a dançar o vira

e um burro o malhão.

Se tu visses o que eu vi

na cidade de Bragança

comias e bebias

ficavas com grande pança.

Se tu visses o que eu vi

na cidade de Guimarães:

o rei D. Afonso Henriques

com um cesto a vender pães.

Se tu visses o que eu vi

em Viana do Castelo:

uma escola muito linda

toda feita em caramelo.

Se tu visses o que eu vi

na praia de Matosinhos:

um casal a dançar salsa

para irritar os vizinhos.

Se tu visses o que eu vi

lá no porto de Leixões:

os navios ancorados

a falar com os tubarões.




Se tu visses o que eu vi

em Vila Nova de Gaia:

nove tesouras sem bico

a tomar banho na praia.

Se tu visses o que eu vi

cá na cidade do Porto:

um homem muito direito

e o outro todo torto.





Se tu visses o que eu vi

num centro comercial:

as pessoas até compram

as renas do Pai Natal.



Se tu visses o que eu vi

no Palácio de Cristal:

o antigo jardim zoológico

sem um único animal.

Se tu visses o que eu vi

lá na ponte do Infante:

uma fila muito grande

por causa de um elefante.


Se tu visses o que eu vi

na Praça da Liberdade:

duas pombas a voar

porque tinham saudade.



Se tu visses o que eu vi

no museu Soares dos Reis:

quem lá vai por uma vez

quer lá voltar outras seis.

Se tu visses o que eu vi

no estádio do Dragão:

choveu tanto no relvado

que fizeram natação.

Se tu visses o que eu vi

no hospital de S. João:

Os médicos e enfermeiras

A lançarem um balão.

Se tu visses o que eu vi

na rua João de Deus:

um autocarro com pernas

e pessoas com pneus.


Se tu visses o que eu vi

Na rua dos Vanzeleres:

A casa da minha avó

Era feita de colheres.

Se tu visses o que eu vi

na rua de Pedro Hispano:

uma inundação de sumo

sempre a sair por um cano.

Se tu visses o que eu vi

na Rotunda da Boavista:

um leão e uma águia

a comer uma tosta-mista.


Se tu visses o que eu vi

na nossa biblioteca:

doze livros a contar

a vida duma faneca.

Se tu visses o que eu vi

uma tarde na cantina:

um rapaz dentro da sopa

a dizer que era a piscina.

Se tu visses o que eu vi

na freguesia de Ramalde

um gigante muito grande

a tomar banho num balde.

Se tu visses o que eu vi

na escola João de Deus:

dissemos as quadras todas

e vamos dizer adeus.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Aprender a Ajudar

Era uma vez uma família muito feliz porque toda a gente ajudava a família recompor-se.

Por exemplo, umas pessoas da família zangaram-se e as outras pessoas da família conseguiram juntá-las outra vez.

Até que houve um problema muito mais grave. Adivinhem o que foi.

Os pais de dois meninos chamados Pedro e Miguel divorciaram-se e eles não conseguiam fazer mesmo nada para que os pais se voltassem a juntar, para ficarem mais felizes.

Tanto fizeram para os pais se juntarem de novo, até que acabaram por desistir porque acharam que já não havia nada a fazer para os juntar.

Passaram dois anos e os pais continuavam separados.

Até que tiveram uma ideia. Sabem qual era? Adivinhem.

A ideia era mandarem bilhetes até se fartarem. O plano deles estava a resultar na perfeição e foi por isso que os pais tiveram uma conversa séria para decidirem o que fazer na vida.

Os pais decidiram juntar-se de novo.

Então eles combinaram que quando eles chegassem lhes iam fazer uma festa para comemorar, o que acabou de acontecer com os seus amigos e a família quase toda. Estavam o seus avós, o Diogo e a Mariana, os seus padrinhos Tomás e Sofia, e claro os seus amigos.

Um dos amigos ficou lá a dormir e o pai também.

Viram o que os dois irmãos fizeram, se vos acontecer alguma coisa parecida ou igual não se esqueçam.

LUTEM COM GARRA PARA OS GANHAR DE NOVO

Diogo

Foi um mundo mudado

Vocês devem saber que já, há uns bons milhares de anos, Jesus Cristo fez um grande sacrifício por nós. Pois bem, aqui há uns dias, ouvi no Jornal Nacional um grande sacrifício de um amigo, não um amigo, mas sim um grande amigo, ou ainda, um maravilhoso amigo de todo o mundo, que fez um sacrifício.

Então foi assim:

Uma escola na Alemanha com absolutamente nenhuma segurança foi assaltada. Entraram lá os ladrões durante o tempo do recreio e começaram a ameaçar as pessoas e a fazer isso que os ladrões fazem, até que se enervaram a sério e ameaçaram à facada um grupo de rapazes e raparigas. Então um jovem rapaz bonito, simpático e altruísta fez um discurso que deixou paz na terra para sempre e foi assim:

Quando vocês menos esperassem gostavam que vos ameaçassem, maltratassem e assaltassem? Não pois não? E vocês, sendo ladrões, não ganham nada com isso. Se vocês deixassem de maltratar as pessoas e fossem trabalhar a vossa vida seria muito melhor, ganhariam dinheiro de uma maneira mais honesta e não iriam para a prisão. E ainda seriam mais úteis. Se todos vocês querem isso e querem ser vistos com melhor aspecto era assim que devia ser. A vida de todos era melhor e ganhavam muito mais com isso.”

Eu sei que ele pode não ter morrido por eles, mas correu o risco de morrer e, além disso, ensinou a muita gente uma lição para toda a vida e o mundo passou a ser melhor para todos. Um discurso que salvou a vida de pessoas no presente outras que poderiam ter sido salvas no passado e outras no futuro. Melhorou o mundo graças a esse génio de rapaz, na Alemanha, mas para todo o mundo. Não foi um sacrifício mas foi muito mais e muito melhor.

E no futuro, este menino passou a ser um deus maravilhoso, chamado Belcominar.

Maria Camila

Uma nova amiga

Era uma vez uma menina chamada Maria, que não tinha muitas possibilidades e numa noite de Natal, quando estava a ir para casa dos tios, viu outra menina, ainda mais pobre do que ela, que andava a pedir comida.

Enquanto Maria estava em casa dos seus tios não parava de pensar na menina pobre e como ela devia estar a sentir fome e frio.

Maria recebeu muitas prendas. Bonecas, livros e do que gostou mais foi de uma manta bordada com flores, corações e estrelas. Também recebeu bolachas e chocolates, mas o que gostou mais de comer foram as rabanadas que o tio a deixou levar para casa.

Quando ia a sair de casa dos tios, voltou a ver a sem abrigo que continuava a pedir comida e a tremer de frio.

A Maria, como estava com muita pena da sem abrigo, pegou na sua prenda preferida, a manta, e deu-lha. A menina ficou tão contente que deu um grande abraço à Maria e disse:

- És a minha melhor amiga. Eu chamo-me Carolina e tenho seis anos.

A Carolina ficou tão contente com o presente, que deu à Maria a única coisa que tinha, umas luvas que tinha recebido nessa noite de Natal.

- Desculpa não ter mais nada, foi a única coisa que recebi.

A partir daí a Carolina passou a ser quase irmã da Maria e foram as melhores amigas que alguma vez se imaginou.

Luísa

sábado, 11 de dezembro de 2010

Aprendendo recordando

Maria estava muito mal. Estava no hospital preparada para ser internada. Durante um mês não iria ver os seus amigos e no próximo domingo iria completar catorze anos de vida.

Nos últimos dias nada estava bem. Tinha ido parar ao hospital numa corrida de cavalos. Estava quase a cortar a meta quando tombou no relvado e abriu os olhos vendo uma sala para fazer radiografias.

A sua irmã de dez anos levou-lhe umas flores, atenciosamente, e a mãe deu-lhe um diário para ela ocupar o tempo.

Mas, Maria disse:

- Mas porquê um diário? Aqui não há nada a fazer! É só médicos e enfermeiras à minha volta!

- Bom podias escrever alguns textos de experiências da tua vida.

Quando viu a sala vazia, começou a imaginar que, se ela não existisse, tudo seria melhor no mundo. Já não iria cair, a sua irmã nunca teria partido a unha, o seu pai não teria partido o computador…

E então com estas ideias começou a formar frases e a ter boas razões para explicar tudo muito bem explicado, de maneira a que todos percebessem. Então pediu a uma enfermeira um lápis, um copo de água e uma borracha para trabalhar em boas condições.

Depois de beber a água começou a escrever:

“ Na primeira manhã de Dezembro começou a corrida de cavalos às oito em ponto. Eu e a minha irmã pusemo-nos nas nossas posições e, quando tocou o apito, eu e a minha irmã cavalgámos cerca de 8km e 37m e parámos na paragem obrigatória. Bebemos água, demos de comer aos cavalos e descansámos durante cinco minutos. Depois montámos os nossos cavalos e percorremos mais 48m. Estávamos a 50m da meta quando a minha irmã escorregou, mas eu agarrei-a e ela tornou a subir ao cavalo. Mas eu caí e magoei-me. A minha irmã ganhou a corrida”.

Maria parou para pensar e reparou que houve um acontecimento que a fez perceber que sem ela haveria más consequências.

Ou seja se ela não existisse, a sua irmã, com dez anos, provavelmente morreria nessa queda, pois ela agarrou-a e se não a tivesse agarrado, PUM!

Concluindo, Maria viu o lado positivo. Sabia que fazia falta neste mundo. Sem ela havia más consequências. Ainda hoje recordaríamos os maus momentos.

Por isso lembrem-se que todos nós somos importantes. Somos importantes para os outros, e os outros são importantes para nós.

Raquel

Diogo e Mariana

Diogo veio da escola triste porque tudo lhe correu mal: primeiro perdeu um brinquedo, depois foi expulso do clube de futebol e outras coisas…

Era isto quase todos os dias e Diogo não era feliz e o seu espírito não gostava dele porque ele era egoísta: não ajudava os outros, não dava pão aos pobres…

Um dia a sua melhor amiga chamada Mariana ensinou-o a ser altruísta e a partilhar.

Mas o Diogo pensou “Eu acho que ela devia ter mais coisas”.

E foi falar com a Mariana.

Ela respondeu que já tinha tudo o que queria: felicidade, ternura, amor, carinho e um amigo.

Quando ele começou a ser altruísta, tudo lhe melhorou mas ele pensou: “Ela devia ter mais coisas porque sem ela nada disto aconteceria”.

Então, o Diogo pegou num molho de brinquedos, levou-os à Mariana e ela disse que só precisava dele, do seu melhor amigo.

Jorge Micael

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

O altruísmo é bom

Era uma vez um menino, chamado João, que não tinha amigos e estava muito triste porque ninguém gostava dele.

Um dia caiu e toda a gente se começou a rir.

Certo dia chegou à escola um menino egoísta que achava que era o melhor em tudo.

Então como toda a gente gostava dele, andavam todos atrás dele.

O menino triste estava sempre sozinho.

Então chegou um menino altruísta. Altruísta quer dizer que ajuda os outros e é bom.

Então esse menino ajudou o menino que se chamava João e perguntou:

- Porque é que estás sempre sozinho?

E o João respondeu:

- Ninguém gosta de mim, ninguém é meu amigo.

Então o menino altruísta, que se chamava Guilherme, perguntou:

- Queres ser meu amigo?

O João aceitou.

Quando o João precisava de ajuda, o Guilherme ajudava-o, e quando o Guilherme precisava de ajuda o João ajudava-o.

Ficaram amigos.

Os outros gozavam com os dois mas eles não lhes ligavam.

Um dia os outros arrependeram-se e pediram todos desculpa aos dois, ao João e ao Guilherme.

E o menino egoísta também se arrependeu e prometeu não ser mais egoísta.

Então sempre que alguém precisava de ajuda ia lá alguém ajudar.

Todos aprenderam que ser egoísta é mau, e que têm de aceitar os outros como eles são.

Pedro

Natal é tempo de amizade

Era uma vez dois amigos que estavam a jogar futebol e zangaram-se.

No dia seguinte, acordaram sem se lembrarem da zanga que tiveram no dia anterior. Como eles iam sempre ao campo de futebol encontraram-se, sentaram-se e o que começou a zanga, disse:

-Desculpa o …

Interrompeu o outro para dizer:

-Desculpa-me tu. Eu é que comecei a bater e a gozar contigo.

Eles começaram a sorrir e abraçaram-se.

Como era o dia de Natal, combinaram fazer uma festa no prédio deles e convidaram toda a gente que conheciam. Prepararam a comida, os enfeites e foram comprar os presentes.

Quando começou a festa estavam todos a comer, a dançar e a conversar. O sino tocou e todos se aperceberam que era a parte de abrir as prendas que todos trouxeram.

Quando abriram as prendas, ficaram com um grande sorriso na cara, principalmente os dois amigos.

Um recebeu do outro uma guitarra. E o outro recebeu do outro uma bateria.

Todos os que tinham um instrumento tocavam e os que não tinham cantavam.

Passado uns anos, quando tinham dezoito ou dezanove anos começaram a ser a maior banda do mundo. Fizeram trinta e cinco concertos ao vivo.

Passado setenta anos, um dos que cantavam morreu, e todos foram ao cemitério onde ele estava para levarem flores e para lhe agradecer, de ser um grande amigo, sempre sorridente.

Nessa altura estavam reformados. Por isso já não podiam fazer concertos, mas sim jogar às cartas com os amigos.

Quando chegou o Natal seguinte já nenhum dos amigos estava vivo, quer dizer estavam vivos mas era no coração.

Tomás Cardoso

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010