segunda-feira, 31 de dezembro de 2012



                                                                 Eu salvei o Natal!




Era sempre igual, todos os anos - as canções de Natal, o azevinho pela casa, o cheiro a peru recheado, pessoas carregadas de embrulhos estrelados ou às bolinhas e alegria. Nada faltava na cidade onde eu moro.
Visto que estávamos em férias de Natal, eu e os meus amigos planeámos encontrar-nos na rotunda. Para não fazer má figura, usei as minhas luvas preferidas e o meu gorro vermelho e, pelas ruas cheias de segredo e enfeites, fui até lá.
Começámos por jogar à bola e o pior dos desastres aconteceu! A bola parou mesmo à porta de um velho sem nome. Não é que ele não tivesse um nome! Simplesmente, nunca se dignou a dizê-lo.
Esse velho não era um idoso qualquer. Não era como o avô e a avó que nos esperam sempre com um sorriso e um enorme presente! Na verdade, ele odiava esta época. Fechava as suas portas às canções de Natal ou a qualquer coisa relacionada.
Como por instinto, a Cátia e o Hugo afastaram-se e olharam para mim como quem diz “Tu atiraste a bola! Vai tu buscá-la”. Felizmente, um salvador apareceu. O Pedro foi ter comigo para me ajudar a ir buscar a bola (eu sabia que ele não se tinha rendido aos medricas!).
Fomos buscar a bola e… inacreditável. Quem lá estava não era o velho sem nome, mas sim o Pai Natal. Sim! Esse mesmo! O simpático de barbas brancas…
Parecia preocupado. Estava, pelo que parecia, a falar com um duende. Mesmo estando a observar a cena pela janela, consegui ouvir a conversa, e, pelos vistos, tinham um problema. A oitava rena estava doente!
Decidi entrar e, tanto o duende como o Pai Natal ficaram sobressaltados. Depois de muitos olhares, o Pai Natal disse, ajeitando a longa barba:
- As crianças cada vez ficam mais espertas! Neste momento, a minha fábrica de brinquedos já está muito exposta e, para não atrair atenções, terei de ficar aqui disfarçado de velho avarento.
-Realmente, é uma boa ideia! Mas, Senhor Pai Natal. Não deixei de reparar no problema!- respondi.
- Pois – disse o duende- a oitava rena está deveras doente e, se não fizermos nada, o Natal terá de ser adiado até que a rena melhore!
- O Natal? Mas isso não pode ser! Onde está a rena? – questionei.
- A rena está na fábrica de brinquedos- disse o Pai Natal.
- Já sei! – exclamei - E se fôssemos lá para resolver o problema?
 Lá fomos nós! Apesar de o trenó andar mais rápido do que parece, foi divertido.
A fábrica era muito gira. Tinha campos de bengalas doces, imensos duendes, uma grande lista de meninos bem comportados, um gabinete para o Pai Natal e até a Mãe Natal eu conheci.
Fui ter com a rena e percebi tudo. Ela tinha saudades da família. Parece que não, mas a alegria de dar prendas não consegue ser mais forte do que a saudade.
- E se ela viajar acompanhada com os pais? Talvez dessa forma a sua tristeza desapareça.
O Pai Natal aceitou e levou-nos a casa.

Podem não acreditar, mas eu salvei o Natal.
De repente, acordei! Tinha sido um sonho!
 Mas, se calhar…
Por mais estranho que pareça, no dia seguinte, o velho sem nome piscou-me o olho.
 E, no dia de Natal, em vez de oito, dez renas cortavam o céu. Nessa noite, as estrelas sorriam para mim.
                    
                                                                                                                  Raquel Duarte, 6ºB

Sem comentários:

Enviar um comentário