sábado, 11 de dezembro de 2010

Aprendendo recordando

Maria estava muito mal. Estava no hospital preparada para ser internada. Durante um mês não iria ver os seus amigos e no próximo domingo iria completar catorze anos de vida.

Nos últimos dias nada estava bem. Tinha ido parar ao hospital numa corrida de cavalos. Estava quase a cortar a meta quando tombou no relvado e abriu os olhos vendo uma sala para fazer radiografias.

A sua irmã de dez anos levou-lhe umas flores, atenciosamente, e a mãe deu-lhe um diário para ela ocupar o tempo.

Mas, Maria disse:

- Mas porquê um diário? Aqui não há nada a fazer! É só médicos e enfermeiras à minha volta!

- Bom podias escrever alguns textos de experiências da tua vida.

Quando viu a sala vazia, começou a imaginar que, se ela não existisse, tudo seria melhor no mundo. Já não iria cair, a sua irmã nunca teria partido a unha, o seu pai não teria partido o computador…

E então com estas ideias começou a formar frases e a ter boas razões para explicar tudo muito bem explicado, de maneira a que todos percebessem. Então pediu a uma enfermeira um lápis, um copo de água e uma borracha para trabalhar em boas condições.

Depois de beber a água começou a escrever:

“ Na primeira manhã de Dezembro começou a corrida de cavalos às oito em ponto. Eu e a minha irmã pusemo-nos nas nossas posições e, quando tocou o apito, eu e a minha irmã cavalgámos cerca de 8km e 37m e parámos na paragem obrigatória. Bebemos água, demos de comer aos cavalos e descansámos durante cinco minutos. Depois montámos os nossos cavalos e percorremos mais 48m. Estávamos a 50m da meta quando a minha irmã escorregou, mas eu agarrei-a e ela tornou a subir ao cavalo. Mas eu caí e magoei-me. A minha irmã ganhou a corrida”.

Maria parou para pensar e reparou que houve um acontecimento que a fez perceber que sem ela haveria más consequências.

Ou seja se ela não existisse, a sua irmã, com dez anos, provavelmente morreria nessa queda, pois ela agarrou-a e se não a tivesse agarrado, PUM!

Concluindo, Maria viu o lado positivo. Sabia que fazia falta neste mundo. Sem ela havia más consequências. Ainda hoje recordaríamos os maus momentos.

Por isso lembrem-se que todos nós somos importantes. Somos importantes para os outros, e os outros são importantes para nós.

Raquel

1 comentário:

  1. Raquel, olá!
    Porque é que os vossos textos começam sempre tão trágicos? Ai ai.. a vossa sorte é que sabem muito bem dar a volta ao texto. Parabéns a todos, neste caso, em especial à Raquel.

    Confesso ter gostado do "partido a unha".
    E claro, quem consegue escrever sem um copo de água? Ai essa imaginação.

    Conclusão, TODOS fazemos falta neste mundo. Queres uma razão para a tua existência? Sem ti não teria este texto para ler e comentar.

    Somos todos importantes, até para nós próprios!
    Beijinho turma*

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